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Nota: Este artigo é sobre o estado do Rio de Janeiro. Para a cidade capital deste estado, veja
Rio de Janeiro (cidade).
Estado do Rio de Janeiro |
|
Lema: RECTE REM PVBLICAM GERERE
(traduzido do latim, significa: "Gerir a Coisa Pública com Retidão") |
Hino: Hino do Rio de Janeiro |
Gentílico: fluminense |
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Localização | |
- Região | Sudeste |
- Estados limítrofes | Espírito Santo (nordeste),Minas Gerais (noroeste) eSão Paulo (sudoeste) |
- Mesorregiões | 6 |
- Microrregiões | 18 |
- Municípios | 92 |
Capital | Rio de Janeiro |
Governo |
- Governador(a) | Sérgio Cabral Filho (PMDB) |
- Vice-governador(a) | Luís Fernando de Sousa (PMDB) |
- Deputados federais | 46 |
- Deputados estaduais | 70 |
- Senadores | Francisco Dornelles (PP)
Lindberg Farias (PT)
Marcelo Crivella (PRB) |
Área | |
- Total | 43 696,054 km² (24º) 1 |
População | 2010 |
- Estimativa | 15 993 583 hab. (3º)2 |
- Densidade | 366,02 hab./km² (2º) |
Economia | 2011 |
- PIB | R$462,376 bilhões 3 (2º) |
- PIB per capita | R$28.696,42 (3º) |
Indicadores | 20104 |
- Esper. de vida | 74,1 anos (10º) |
- Mort. infantil | 18,9‰ nasc. (10º) |
- Analfabetismo | 4,4% (3º) |
- IDH (2010) | 0,761 (4º) – alto 5 |
Fuso horário | UTC−03:00 |
Clima | tropical e tropical de altitude Aw |
Cód. ISO 3166-2 | BR-RJ |
Site governamental | http://www.rj.gov.br/ |
|
O
Rio de Janeiro é uma das
27 unidades federativas do
Brasil. Situa-se na porção
leste da
região Sudeste, tendo como limites os estados de
Minas Gerais (norte e noroeste),
Espírito Santo (nordeste) e
São Paulo(sudoeste), e também o
Oceano Atlântico (leste e sul). Ocupa uma
área de 43 696,054 km², sendo pouco maior que a
Dinamarca. Apesar de ser, efetivamente, o terceiro menor
estado do
Brasil (ficando à frente apenas dos estados de
Alagoas e
Sergipe, respectivamente, em segundo e primeiro lugar), concentra 8,4% da população do país, figurando, consequentemente, como o
estado com maior densidade demográfica do Brasil.
Sua capital e maior cidade é a
cidade homônima, a segunda cidade mais populosa do Brasil. Os naturais do estado do Rio de Janeiro são chamados de
fluminenses (do
latim flumen, literalmente "rio").
Carioca é o gentílico da cidade do Rio de Janeiro.
Segundo dados do Censo 2010, o Rio de Janeiro é o terceiro estado mais populoso do Brasil. Os
municípios mais populosos são:
Rio de Janeiro,
São Gonçalo,
Duque de Caxias,
Nova Iguaçu,
Belford Roxo,
Niterói,
São João de Meriti,
Campos dos Goytacazes,
Petrópolis,
Volta Redonda,
Magé,
Itaboraí,
Macaé,
Mesquita,
Cabo Frio,
Nova Friburgo,
Barra Mansa e
Angra dos Reis; todos estes com populações acima de 150 mil habitantes.
Muitas
cidades destacam-se devido à forte vocação turística, tanto pela história dos períodos colonial e imperial quanto pelo
ecoturismo de
praias,
montanhas e
complexos lagunares. São elas:
Araruama,
Angra dos Reis,
Armação dos Búzios,
Arraial do Cabo,
Cabo Frio,
Itatiaia,
Macaé,
Nova Friburgo,
Paraty,
Petrópolis,
Rio das Ostras,
Resende,
Saquarema,
Teresópolis e
Valença.
O estado é formado por duas regiões morfologicamente distintas: a
baixada e o
planalto, que se estendem, como faixas paralelas, do litoral para o interior.
Paraíba do Sul,
Macaé,
Guandu,
Piraí,
Muriaé e
Carangolasão os principais
rios. O
clima varia de
tropical a subtropical. Há ocorrência de geadas, nos meses de inverno, em regiões acima dos 1.000 metros de altitude e inclusive queda de neve esporádica no Parque Nacional de Itatiaia.
O continente americano já era habitado desde pelo menos 10000 a.C. por povos provenientes de outros continentes
6 . Por volta do ano 1000, o litoral do estado, com exceção da região da foz do
Rio Paraíba do Sul, foi invadida por povos
tupis provenientes da
Amazônia7 .
No
século XVI, a
pecuária e a lavoura de
cana-de-açúcar impulsionaram o progresso, definitivamente assegurado quando o
portocomeçou a exportar o ouro extraído de
Minas Gerais, no século XVII. Entre
1583 e
1623, a área de maior destaque de produção de açúcar, no sul do Brasil, se deslocou de
São Vicente para o Rio de Janeiro, na região da
baía de Guanabara. Se, em
1629, havia sessenta engenhos em produção no Rio de Janeiro, em
1639, já havia 110 engenhos e o Rio de Janeiro passou a fornecer açúcar a
Lisboa, devido à tomada de
Pernambuco durante as
invasões neerlandesas. Ao final do século, havia 120 engenhos na região.
Com a Restauração da Independência Portuguesa, em
1640, os comerciantes e donos de embarcações receberam permissão de comercializar diretamente com a África a partir do porto do Rio de Janeiro, visando, complementarmente, ao tráfico de
escravospara o
rio da Prata. Tal comércio foi bastante impactado pela tomada de
Angola pelos neerlandeses na mesma época. A utilização de escravos indígenas foi ampliada, mas os comerciantes e proprietários tiveram que se indispor com os
jesuítas por causa das proibições papais relativas à escravização dos índios.
A Carta Régia de
30 de junho de
1647, passada pela Chancelaria de
D. João IV, outorgou o título de "a muy leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro" o que lhe assegurava os mesmos privilégios de cidades como
Lisboa ou o
Porto, na metrópole.
O cultivo do
açúcar foi incrementado e com isto aumentou-se a necessidade de escravos, mas a situação foi resolvida com a retomada de Angola em
1648, trazendo tranquilidade às relações com os jesuítas. Apesar disso, os preços do açúcar flutuavam constantemente e sofreram baixas entre
1635 e
1645, com a conquista de Pernambuco pelos neerlandeses e entre
1659 e
1668, devido à proibição de fabricação e venda de aguardente, usada no comércio com a África e também com a Revolta Municipal - na cidade do Rio - de 1660 contra a dinastia de
Salvador Correia de Sá e Benevides.
Outro produto importante de exportação era o tabaco, em proporção menor que a Bahia e Pernambuco. A pesca da baleia na Guanabara era um setor econômico importante e, em
1644, a municipalidade do Rio criou um imposto sobre esta indústria.
Com
Salvador Correia de Sá e Benevides, o Rio adquiriu uma importante manufatura da construção naval, que chegou a construir o galeão «
Padre Eterno» com seus 114 canhões, mas o setor não se manteve e decaiu por falta de mão de obra especializada. O porto, no início somente militar, passou a exportador de açúcar e importador de escravos. A
cabotagem aumentou a partir de
1660incluindo o comércio legal com as outras capitanias e o comércio ilegal com
Buenos Aires que enriqueceu comerciantes.
Em
1645, com ataques neerlandeses aos barcos mercantes, foi criado o sistema de frotas único para o Brasil, que se fazia uma vez por ano, com forte escolta de barcos de guerra. Embarcações de particulares podiam se juntar à frota, mas havia restrições quanto à participação de barcos pequenos, o que afastava muitos proprietários de navios. Havia ainda o problema da carestia dos fretes. Portugal, como necessitava de dinheiro, de soldados e de barcos para a luta contra os neerlandeses no nordeste brasileiro e em Angola, cedeu às exigências e incluiu a participação de barcos menores. A frota chegava a
Lisboa, depois de percorrer diversos portos brasileiros, com um número de setenta a noventa embarcações.
Um problema constante no Rio era a falta de moeda, crítica em
1640, com o fim da
União Ibérica. Mas a descoberta de
ouro na região das Minas Gerais e a criação de uma casa da moeda no Rio, em
1698, vieram solucionar o problema.
Desde
1649, fora criada a
Companhia Geral do Comércio do Brasil, que não dispunha de capital suficiente e, quando tinha, era desviado para atividades militares. A Companhia tinha o monopólio da venda de vinho, bacalhau, farinha de trigo e azeite no Brasil. Em 1659, a Companhia perdeu o monopólio que impedia a fabricação e venda de aguardente e, em
1720, seria extinta.
Em
1763, o Rio de Janeiro tornou-se a sede do Vice-reino do Brasil e a capital da colônia. Com a
transferência da corte portuguesa para o Brasil, em
1808, na época da tomada da
Península Ibérica por
Napoleão Bonaparte, a região foi muito beneficiada com reformas urbanas para abrigar a Corte portuguesa. Dentro das mudanças promovidas, destacam-se: a transferência de órgãos de administração pública e justiça, a criação de novas igrejas, hospitais, quartéis, fundação do primeiro banco do país - o
Banco do Brasil - e a Imprensa Régia, com a Gazeta do Rio de Janeiro. Nos anos seguintes também surgiram o
Jardim Botânico, a Biblioteca Real (hoje
Biblioteca Nacional) e a Academia Real Militar, antecessora da atual
Academia Militar das Agulhas Negras.
Assim, ocorreu um processo cultural, influenciado não somente pelas informações trazidas pela chegada da corte e da família real, mas também pela presença de artistas europeus que foram contratados para registrar a sociedade e natureza brasileira. Nessa mesma época, nasceu a
Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
Após a transferência da Corte portuguesa para a
cidade do Rio de Janeiro, a autonomia, que a província tanto aspirava, não foi alcançada da mesma forma que as demais, já que ao
ministro do Reino, cargo que foi praticamente um substituto para o de Vice-Rei com relação ao Rio de Janeiro, era confiada a sua administração.
Aliado a isto, estava o fato de que a cidade do Rio era a capital do Império, o que fazia com que o ministro administrasse a província inteira por meio de "avisos", os quais dirigia às
Câmaras Municipais de cidades que, naquela época, cresciam a passos largos devido a ampliação e fortalecimento da lavoura cafeeira no
Vale do Paraíba, que já sobrepujava a força da lavoura canavieira na região
Norte Fluminense.
Essas diferenças com relação às demais unidades administrativas do Brasil fez com que no ano de
1834 a cidade do Rio fosse transformada em
Município Neutro, permanecendo como capital do país, enquanto a província passou a ter a mesma organização político-administrativa das demais, tendo sua capital na
Vila Real da Praia Grande, que no ano seguinte passou a se chamar
Niterói.
Já a cidade do Rio passou a ter uma Câmara Municipal, que cuidaria da vida daquela cidade sem interferência do presidente de província e, em
1889, após a implantação da
República, a cidade continuou como capital nacional, sendo o Município Neutro transformado em Distrito Federal e a província em estado. Com a mudança da capital para
Brasília em
1960, o município do Rio de Janeiro tornou-se o estado da
Guanabara.
A despeito da grande rotatividade ocorrida no poder da província fluminense logo após a criação do Município Neutro (que lhe deu 85 governantes até o fim do império), a expansão da lavoura cafeeira trouxe prosperidade nunca antes alcançada nesta região, a ferrovia construida pelo Barão de Nova Friburgo, Antonio Clemente Pinto, ligando Cantagalo ao Porto das Caixas, alavancou a exploração destas atividades nos sertões da Serra Fluminense, com grande influência nas outras regiões do estado.
Tanto com o surgimento de novos centros urbanos pela província, quanto pelo esplendor exibido nas fazendas dos "barões do café" via-se a prosperidade trazida pelo "ouro verde", que também trouxe o desenvolvimento da educação, notado pela construção de várias escolas por todas as cidades.
Com isso, convivia, porém, o trabalho escravo, base de sustentação da sociedade cafeeira fluminense e que crescia sem parar à medida que as lavouras se ampliavam pelo
Vale do Paraíba. Nesse período, a província se tornou a mais rica e poderosa no país e sua principal exportadora.
Essa situação perdurou até por volta de 1888. Com a
abolição da escravatura, a aristocracia fluminense se empobrece, já que não tem mais sua
mão de obra e ainda vê a exaustão do solo e a redução das safras colhidas ano após ano.
A decadência foi a tônica na província nos últimos dias do regime imperial. Na luta pela República, vários foram os fluminenses que se distinguiram, cabendo citar
Antônio da Silva Jardim,
Lopes Trovão,
Rangel Pestana, entre outros. Também forte foi a presença na campanha abolicionista.
Com a proclamação da República, logo ocorreram problemas políticos que foram, com o tempo, lhe retirando a grandeza e o destaque conseguidos durante o Império.
Após a aprovação da sua primeira Constituição estadual, em
9 de abril de
1892, a capital foi transferida para a cidade de
Petrópolis, devido às agitações que ocorreram durante o governo do Marechal
Floriano Peixoto nas cidades do Rio e de Niterói, e também à
Revolta da Armada, ocorrida naquela época.
Após diversos anos em que lutas políticas fizeram o estado perder o rumo administrativo, fato comprovado pela dualidade de Assembleias Legislativas por três períodos, estas fazem aumentar ainda mais a crise econômica fluminense, que se arrasta de tal maneira a transformar, gradualmente, suas plantações de café em pastagens para a pecuária e a fazer com que o mesmo não acompanhe o desenvolvimento industrial experimentado por
São Paulo.
Com a chegada de
Getúlio Vargas ao poder, vários interventores foram nomeados, o que não alterou o quadro socioeconômico fluminense até que, em
1937, é nomeado
Ernani do Amaral Peixoto, genro de Vargas (este casou-se com
Alzira Vargas em 1939) e que pôde realizar muito pelo estado, dando incentivo ao seu desenvolvimento industrial com a construção da
Companhia Siderúrgica Nacional, em
Volta Redonda, no
Vale do Paraíba fluminense, da
Companhia Nacional de Álcalis, em
Arraial do Cabo, na
Região dos Lagos e da
Fábrica Nacional de Motores, em
Duque de Caxias, na
Baixada Fluminense, bem como a expansão da malha rodoviária estadual.
Amaral Peixoto ainda mobilizou a população fluminense no esforço de guerra, o que resultou na aquisição com os recursos arrecadados, de um novo navio para a
Marinhade Guerra brasileira.
Data desse período, também, a formação de várias instituições de ensino superior e centros de estudo sobre a cultura e história fluminenses, que procuravam resgatar a memória e construir uma identidade para a população do estado, esvaziado econômica e politicamente desde o fim do
Segundo Império.